Como Manusear os Peixes de Forma Correta.
Olá Pescador,
Neste artigo vou retratar de um assunto muito importante para aqueles que praticam o Pesque e Solte que são os cuidados que devemos ter com os peixes na hora de sua captura.
O que percebo é que nossa paixão tem atraído a cada dia que passa novos pescadores e estas pessoas as vezes, por falta de informações, não manuseiam o peixe da forma adequada podendo causar problemas irreversíveis.
Por este motivo separei algumas dicas que fazem a diferença na hora da soltura do peixe para que ele volte ao seu habitat com menos danos possíveis, possibilitando assim alegria a outros Pescadores.
Vamos lá!
Evite o contato com o peixe
Além do ferimento produzido pelo anzol, o contato do peixe com as mãos, corpo, roupas ou a sua contenção entre os braços e o peito, podem retirar o muco que reveste o corpo do animal. Esta camada de muco, além de ter funções fungicida e bactericida, facilita também na natação do peixe e é de extrema importância para sua sobrevivência.
Equilibrando o Equipamento
A montagem do equipamento deve estar condizente com o peixe que pretende capturar. Isto é fundamental para que a “briga” seja justa e não se prolongue demais. Para detalhar melhor vamos falar um pouco sobre o que pode acontecer se nosso equipamento não estiver equilibrado.
Se a vara de pesca bem como nossa carretilha ou molinete estiver superdimensionada para a captura de um peixe pequeno, no momento da fisgada, a força aplicada na mandíbula do peixe poderá ocasionar danos a essa estrutura ou aos seus ligamentos, dificultando a recuperação do animal. Esses danos podem ser minimizados com a utilização de uma vara compatível com o tamanho do peixe, além de proporcionar ao pescador maior emoção durante “briga.
A espessura da linha também é muito importante para ter sucesso na captura e retornar com o peixe para água. Se estiver utilizando uma linha muito grossa considerando o tamanho do peixe, pode acontecer dele perceber a presença da linha e não ter interesse nenhum em sua isca. Por outro lado, uma linha muito fina pode se romper com facilidade e o peixe ficar com o anzol preso na boca ou em outra parte do corpo. Outra questão quanto a utilização de linhas finas demais, é que isso acarretará em uma “briga com o peixe” mais longa trazendo a ele um cansaço bem maior e aumentando seu tempo de recuperação. Algumas espécies são bem sensíveis e acaba não voltando para água em condição de vida.
A “Briga” com o peixe
A “briga” com o peixe deve ser o mais breve possível, a fim de evitar que ele entre em estado de fadiga. Esta situação poderá comprometer a sua recuperação após a soltura. Na pesca de grandes peixes, para evitar o estresse excessivo ocasionado pelo esforço de tração durante o tempo de “briga”, é necessário que o equipamento seja condizente ao tipo de peixe que está procurando. Vale lembrar que o equipamento de pesca serve para facilitar a pescaria e não para guinchar ou rebocar o peixe.
Cuidados Pós Captura
Após o peixe ser capturado o pescador deverá contar com acessórios que irão ajudar no manuseio do mesmo e trazer menos danos ao animal. Existem vários tipos destes acessórios que facilitam muito a vida do pescador e lógico, do peixe. Segue abaixo alguns equipamentos que são essenciais e ajudam na hora de sua captura.
-Alicates de contenção
Os alicates tipo “boga Grip” são uma excelente opção, porém devemos evitar a movimentação deste equipamento de forma incorreta pois poderão causar perfuração na boca do animal. Estudos mostram que estas perfurações se regeneram em poucos dias, mas quanto menos mal for causado ao peixe melhor. Não recomendo de forma alguma os alicates tipo “jacaré”. A pressão exercida na boca do peixe é muito grande e causam mais lesões ao animal.
-Puçá ou passaguá Opte por aqueles confeccionados com tecido de algodão ou, se for sintético, deverão ser de linha entrelaçada, sem nós. Este material é macio e não provoca grandes danos aos peixes capturados. Assim, devem ser evitados os puçás confeccionados com material abrasivo ou com linha de náilon. Estes já podem retirar o muco do peixe que é essencial para sua sobrevivência.
-Alicate de bico
Este modelo alicate é uma ferramenta que todo o pescador deve ter em sua tralha de pesca. Ele facilita a retirada do anzol ou garatéia da boca do peixe e também evita acidentes ao pescador.
Posição do peixe fora da água
O interessante é que após a contenção do peixe se retire o anzol da boca do mesmo com ele parcialmente dentro d’água. As vezes este procedimento não é possível e desta forma, quanto menos tempo levarmos para fazer este procedimento é melhor. Deve-se também evitar deixar o peixe na posição vertical não somente na hora de retirá-lo da água quanto no momento da fotografia. Caso o peixe seja de grande porte todo este procedimento pode ser feito com o pescador dentro da água em locais mais rasos, inclusive a fotografia.
Tempo de exposição fora da água
Algumas espécies aguentam mais tempo fora d’água que outras, mas o interessante é que sejam devolvidas o mais rápido possível para seu ambiente. Desta forma evitamos que o peixe sofra com a desidratação da pele e outros danos que podem ser graves. Uma dica interessante, caso o material fotográfico não esteja pronto, é retornar com o peixe para dentro d’água até que esteja tudo no jeito para fotografá-lo.
Cuidado com as Brânquias
Evitar o contato com as Brânquias também conhecidas como guelras. Este órgão é responsável pela respiração e osmorregulação do peixe. Ele é muito sensível e pode trazer sérias lesões ao animal comprometendo seu funcionamento e proliferando fungos e bactérias no órgão.
Muitas vezes ocorre sangramento nesta região que pode atrair predadores colocando a vida do peixe em risco. Certifique que o sangramento parou e escolha um local mais raso para fazer a soltura neste caso.
Soltura
Quando for soltar o peixe o ideal e colocá-lo dentro d’água na posição horizontal e aguardar até que ele esteja completamente recuperado (independente do tempo que leve). Outra coisa muito importante é não deixá-lo a favor a correnteza pois o água deve entrar pela boca do peixe passar pelas guelras e sair pelo opérculo e não fazer o movimento contrário, por este motivo também nunca faça o movimento de “VAI E VEM” com o peixe quando coloca-lo na água, assim você esta forçando um movimento errado.
Em rios que existem muitas piranhas o recomendado é soltá-los em águas mais rasas para que o mesmo tenha tempo de se recuperar totalmente e não se tornar uma presa fácil.
Recapitulando
– Utilize tralha de pesca compatível com a espécie e o tamanho de peixe que se pretende capturar;
– Deixe toda a tralha necessária para o pesque-e-solte ao seu alcance pois isso é fundamental para devolver o peixe rapidamente para a água, e reduzir o estresse de captura;
– A utilização do alicate de contenção facilita a retirada do anzol da boca do peixe, o que reduz o tempo de sua devolução para a água e evita acidentes;
– De preferência, retire o anzol da boca do peixe mantendo-o na água.
– Molhe as mãos quando for segurar o peixe. Mãos secas, panos, toalhas e papel retiram o muco, que é a primeira barreira contra doenças;
– Não toque nas guelras (brânquias) dos peixes.
– No caso de o peixe engolir o anzol, não tente retirá-lo puxando pela linha ou enfiando o dedo na sua garganta, corte a linha o mais rente possível ao anzol e solte-o;
– Não jogue o peixe de volta à água. Segure-o suavemente na posição horizontal pela nadadeira ou apoiando pelo ventre, sempre no sentido da boca voltada contra a correnteza, até que saia nadando normalmente;
– O peixe somente deve ser solto quando completamente recuperado.
Existem vários outros cuidados que podemos e devemos tomar com os peixes para que eles retornem as águas em perfeitas condições de sobrevivência. Aqui neste E-book tratamos de alguns deles que com certeza se forem aplicados na hora de sua pescaria irá obter bons resultados em suas solturas.
Let´´s Fishing